Arnaldo Jardim
Ao aceitar o convite para administrar a pasta da Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo recebi orientação do governador Alckmin de buscar a convergência entre a produção agropecuária e a preservação ambiental.
Substituímos conflitos por cooperação levando em conta a lógica do desenvolvimento sustentável para termos uma agricultura compromissada com as boas práticas ambientais.
Para aumentar nossa produtividade é preciso preservar, cuidar do solo e da água. Nossos produtores têm clara consciência e disposição para isto!
A cobertura florestal nativa do Estado de São Paulo aumentou nos últimos 20 anos, passando de 13.9% na década de 1990 para 17,5% em 2010.
O Estado de São Paulo tem se empenhado no preenchimento do Cadastro Ambiental Rural (CAR) e com esforço da nossa Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI), foram cadastradas 195.551 propriedades rurais, totalizando 11.488.223 hectares.
Vamos ainda implantar o Programa de Regulamentação Ambiental (PRA), das propriedades rurais, que poderá ampliar ainda mais a recomposição vegetação nativa, recuperando e preservando as matas ciliares, nascentes e cuidando dos solos.
No que diz respeito a inovação, as diretrizes adotadas pelos institutos de pesquisa da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta) buscam o melhor aproveitamento dos recursos naturais, trabalhando para implementar o conceito de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta.
Soma-se a isso a necessidade de enfrentar o estresse hídrico que a região Sudeste, especialmente São Paulo, está passando desde 2013, que além de comprometer o consumo humano, afeta diretamente a geração de energia, causa prejuízos às indústrias e sacrifica a agricultura.
Mesmo diante da elevação do nível dos reservatórios em todo o estado no início de novembro – principalmente do sistema Cantareira, o maior e principal reservatório de água da Região Metropolitana de São Paulo, que abastece mais de cinco milhões de pessoas –, a situação ainda é preocupante.
De acordo com levantamento realizado pelo Instituto de Economia Agrícola (IEA), as anomalias climáticas causadas pela escassez de chuva, aliadas aos fatores climáticos, como o aumento da temperatura e a irradiação solar, impactarão negativamente a safra 2015/2016 de grãos, cana-de-açúcar e laranja.
Por isso, o governo de São Paulo está trabalhando para amenizar os efeitos da falta de água. A Secretaria de Agricultura está fazendo sua parte, buscando novas alternativas e procedimentos para fazer frente à essa situação e orientar os produtores rurais nesse sentido.
Além do trabalho junto aos fabricantes de equipamentos de irrigação, reabrimos e ampliamos a linha de crédito do Fundo de Expansão do Agronegócio Paulista (FEAP) para os produtores rurais modernizarem sua irrigação na produção, poupando os recursos naturais.
Aceleramos ainda o processo de implantação do Projeto Nascentes, concebido com base nos conceitos de sustentabilidade, associados à restauração da vegetação nativa no entorno das nascentes.
No dia 11 de novembro, apresentamos o piloto desse projeto, em Holambra, município onde serão recuperados 12 hectares de vegetação nativa no entorno das 170 nascentes e áreas de recarga d’água do município. Além da restauração de estradas rurais e áreas de degradação do solo assim como implantação de fossas biodigestores, execução de terraceamento e plantio de matas ciliares em centenas de propriedades, numa ação integrada.
Assim, estamos fazendo uma agricultura harmônica com o meio ambiente e com novos conceitos de sustentabilidade, capaz de aumentar a produção rural e a renda dos nossos produtores.
São com essas ações propositivas que queremos colocar São Paulo na vanguarda da agropecuária sustentável e da preservação ambiental.
Arnaldo Jardim é deputado federal licenciado (PPS-SP) e secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo
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