Deputado Arnaldo Jardim

Cana: açúcar, etanol, energia e renda - 2017

Arnaldo Jardim

A safra 2016/2017 da cana-de-açúcar do Centro-Sul brasileiro se inicia com a boa notícia do crescimento da produção de açúcar. Um fato positivo e animador em um momento ainda delicado na economia brasileira, com recordes de desempregados, continuidade da estagnação da produção industrial e queda por três anos seguidos do produto Interno Bruto (PIB).

Foram produzidas 72,61 mil toneladas na 1ª quinzena de março deste ano. A produção acumulada de açúcar entre 1º de abril de 2016 e16 de março de 2017 atingiu 35,36 milhões de toneladas, de acordo com dados da Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar).

Já o etanol teve volume fabricado até 16 de março de 25,32 bilhões de litros, com 10,57 bilhões de anidro e 14,74 bilhões de hidratado. As vendas de etanol pelas unidades produtoras da região Centro-Sul alcançaram 1 bilhão de litros na 1ª quinzena de março, sendo 47,89 milhões de litros destinados à exportação e 954,49 milhões de litros ao mercado interno.

Boas notícias do setor sucroenergético, felizmente, não são novidades. É uma das cadeias produtivas mais complexas, completas e dinâmicas. Gera emprego, renda, contribui com o superávit da balança comercial do agronegócio e é amigo do meio ambiente.

Afora a questão econômica de bons números de safra, processamento e comercialização, o setor sucroenergético é extremamente atual ao contribuir com a redução dos gases causadores do efeito estufa (GEE). Já são 51 as empresas certificadas pelo Selo Energia Verde, que reconhece a energia produzida a partir do bagaço e palha da cana.

Ao longo de 2017, essas 51 unidades certificadas estimam que produzirão para a rede nacional aproximadamente 8 TWh, equivalente a 50% da geração de energia elétrica pelas usinas a carvão no Brasil todo ou quase 8% do que foi produzido pela usina de Itaipu em 2016.

Quais são então os desafios atuais?

Em primeiro lugar, aumentar a produtividade agrícola. Temos novas cultivares e devemos continuar neste esforço de pesquisa. Aumentar as boas iniciativas de plantio como as Mudas Pré-Brotadas (MPB) e outras. Além disso, cobrar das fabricantes de equipamentos agrícolas o aumento da eficácia do maquinário. Em segundo lugar, aumentar a eficácia industrial e ampliar o uso da vinhaça e a oportunidade do biogás.

Do ponto de vista do entorno regulatório e institucional, estamos ativamente trabalhando para que venha um efeito “Renova Bio” que incorpore a externalidade positiva do etanol e que se desdobre em tratamento tributário adequado, como uma justa cobrança da Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico) dos combustíveis, que reflita o diferencial do nosso combustível renovável.

Nós, no Governo do Estado de São Paulo, temos orgulho dos indicadores do nosso Centro de Cana do Instituto Agronômico (IAC), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento, em Ribeirão Preto, e vamos fortalecê-lo.

Vamos implantar a recente resolução das “Recomendações de Práticas Conservacionistas para a Cultura da Cana-de-Açúcar”, reforçar a parceria com a Orplana (Organização de Plantadores de Cana da Região Centro-Sul do Brasil) e associações de fornecedores e aperfeiçoar o “Protocolo Agroambiental do Setor Sucroenergético” com a Unica e várias outras entidades mais.

A cada nova safra, o setor sucroenergético mostra sua força cada vez maior para girar a engrenagem da economia. Une produtividade com respeito e preocupação ambientais, inova, investe e garante sempre bons resultados.

Boa safra!

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