Deputado Arnaldo Jardim

Capital do etanol - 2007

Arnaldo Jardim

São Paulo é a capital mundial do etanol e do açúcar. A nata dos produtores, compradores, tradings, industriais e corretores participa do Sugar Dinner, do Prêmio Mastercana, da Conferência Internacional da Datagro e de outros inúmeros eventos internacionais. Debatem os rumos da agroenergia, o mercado de biocombustíveis e a energia renovável.

O preço do petróleo bate todos os recordes históricos, ultrapassou US$ 90 por barril. O Nobel da Paz para o Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática (IPCC/ONU) e para o ex-vice presidente dos EUA Al Gore. O Nobel de Química ganho pelo cientista alemão Gerhard Ertl premiou o desenvolvimento de novos catalisadores automotivos capazes de zerar a poluição da queima de combustíveis. Fatos recentes que colocam mais molho e apimentam o debate em torno do uso da agroenergia como forma de combate ao efeito estufa.

Imagine a nossa cidade sem o etanol, sem a mistura de 25% de álcool combustível na gasolina. Qual seria a qualidade do ar? Agora, vislumbre a possibilidade real dos avanços com a ampliação deste porcentual da mistura, ou mesmo, diante da irreversibilidade de todos os veículos novos serem dotados da tecnologia flexível. Usufruirmos também de um diesel com menor teor de enxofre, somado aos benefícios advindos da mistura de 2% de biodiesel, programada para entrar em vigor a partir de 2010.

Tudo isto deverá nortear a redefinição de políticas públicas voltadas para os setores de transportes e de saúde, em virtude deste novo parâmetro ambiental. Os biocombustíveis serão a mola propulsora de uma verdadeira revolução nas administrações municipais, estaduais e do País.

A Unica – União a Indústria de Cana-de-Açúcar, por exemplo, acaba de entregar ao secretário estadual de Agricultura, João Sampaio, um balanço do Protocolo Agroambiental, no qual 79 unidades industriais se comprometeram a adotar ações de sustentabilidade ambiental e a antecipar o fim do uso das queimadas na colheita.

Por isso, quero saudar a realização destes que, inclusive, reforçam uma vocação paulistana de sediar grandes eventos internacionais. Esta euforia em torno dos biocombustíveis traz luz ao desafio de planejar, produzir e comercializar com eficiência, sob o risco de um desequilíbrio entre oferta e demanda, arriscando a liderança internacional que detemos e devemos manter.

O etanol, produzindo empregos no interior do Estado e do País e melhorando a qualidade ambiental dos grandes centros urbanos, é marca registrada que nos possibilitará servir de referência para a mudança da matriz energética mundial.

 

Deputado Arnaldo Jardim (PPS-SP) – membro da Comissão de Minas e Energia da Câmara Federal.

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