Deputado Arnaldo Jardim

Cuidar da nossa avicultura - 2015

Arnaldo Jardim

Influenza aviaria: Surtos recentes nos EUA e Canadá colocam a prevenção em pauta

 

Causada por vírus, a doença pode ser difundida rapidamente no País. Sapatos, roupas, ração, água podem ser vetores de disseminação. Vamos tomar conta do nosso patrimônio.

 

Como em qualquer país do mundo, vivemos alertas para as ameaças aos cidadãos, à sociedade e à economia. Mas poucos sinais, neste momento, têm importância tão abrangente e potencialmente danosa como a da influenza ou gripe aviária, que não existe no Brasil. Nos Estados Unidos, o primeiro registro de ameaça veio em dezembro do ano passado e hoje já se contabilizam outros 143 e mais de 30 milhões de aves atingidas.
Com os riscos que já afetam os continentes americano e asiático, São Paulo reforçou os planos e medidas para afastar ameaças de chegada do vírus através do fluxo internacional de pessoas ou rotas de aves silvestres.

 

Diferentes ações preventivas foram adotadas pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento (SAA), envolvendo outros órgãos do Estado por determinação do Governador Geraldo Alckmin, para a avicultura industrial e para as áreas de aves silvestres cativas e migratórias. Intensificamos nossas ações de rotina nessa área, como, por exemplo, o seminário que se realizou nesta semana em Campinas (SP), de conscientização de produtores e exportadores de aves sobre a Influenza Aviária e também em Bastos reunimos todos os produtores de ovos.

 

A responsabilidade deve ser compartilhada: governo, funcionários de todos os níveis envolvidos com o assunto, produtores, industriais e cidadãos. O Brasil é o principal exportador de carne de frango – com 3,9 milhões de toneladas para 155 países e 40% do mercado mundial –, e São Paulo é o principal produtor de ovos (34,33%); quarto maior exportador brasileiro de carne de frango; e o maior exportador nacional de material genético (ovos férteis de galinha).

 

Relembro que a partir de 1994, com R$ 1,00 era possível comprar um quilo de frango ou dez pãezinhos. Era o início do Plano Real que reduziu a inflação e aumentou o poder de compra dos brasileiros. O frango virou um dos símbolos do plano, o consumo anual subiu 40% de 1994 para 1997, segundo o Ministério da Fazenda e toda a cadeia produtiva teve de se adaptar e modernizar para crescer junto. Hoje o brasileiro consome perto de 42 kg/habitante/ano de carne de frango ou 47% das carnes produzidas no País, que tem clima diversificado, produção de soja e milho mais do que suficientes para alimentar as granjas.


Os brasileiros já sabem que o frango é um dos mais ricos alimentos em proteína animal à disposição das mesas de suas famílias. Mas sem medo de enumerar argumentos que poucas vezes aparecem nos meios de informação ou nos reclames do comércio, destaco que nossos frangos têm baixo custo de produção; são desenvolvidos com tecnologia própria, sanidade animal e programas de segurança biológica eficientes; sistemas de integração consolidados que permitem desenvolver qualidade na cadeia; e flexibilidade para atender clientes internacionais.

 

Os resultados, como gostam de pontuar os economistas, é que os negócios do frango marcam 1,5% do PIB brasileiro, geram cinco milhões de empregos diretos e indiretos e 8,5 bilhões de dólares em exportações. É notável o desenvolvimento da cadeia avícola brasileira e seu eficiente desempenho nas últimas décadas. Mas além de sua enxuta margem de lucro – até porque está fortemente baseada nas granjas familiares e em operações verticalizadas – é vulnerável às condições sanitárias dos seus plantéis de produção e reprodução. Precisamos mesmo de muitos bons vigias para tomar conta desses nossos férteis plantéis.

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