Deputado Arnaldo Jardim

Dia Internacional do Cooperativismo de Crédito - 2007

Arnaldo Jardim

Desde 1948, o Dia Internacional das Cooperativas de Crédito é celebrado na terceira quinta-feira do mês de outubro. Este ano, no dia 18 de outubro, são celebradas as conquistas e vitórias, além de saudar a história do cooperativismo de crédito e fazer projeções para o futuro. Desde 1970, as comemorações são coordenadas internacionalmente pelo Conselho Mundial das Cooperativas de Crédito-WOCCU.

Este dia é dedicado a fazer uma análise sobre a história do movimento das cooperativas, homenagear pessoas que dedicaram suas vidas à causa e é também uma oportunidade de promover ações sociais capitaneadas pelas cooperativas.

O lema deste ano é “Juntos Somos Melhores”, reconhece o progresso alcançado em todo o mundo na medida em que as cooperativas de crédito unem seus esforços e constroem novas alianças. Independente do país, os sócios das cooperativas de crédito estão descobrindo suas qualidades e benefícios. E com o intercâmbio de novas idéias, as cooperativas de crédito aproximam-se ainda mais dos sócios e oferecem melhores serviços e produtos financeiros para todos.

Dentro do cenário das cooperativas de crédito, muitos se rendem ao sistema cooperativo pelos seus ideais, outros pelos seus benefícios, mas todos ficam sujeitos a aprender a prática da doutrina cooperativa que não se configura em comunismo, capitalismo ou sequer assistencialismo. Seu alicerce está nos valores humanos, cunhados pela vontade e consciência dos homens em progredir e construir um horizonte mais justo, sustentável e com oportunidades para todos.

Diante deste contexto, uma das características do cooperativismo de crédito é possuir baixo índice de inadimplência entre os associados, atendimento personalizado e adequado ao potencial interesse do associado. O princípio das cooperativas de crédito é desenvolver programas de assistência financeira e prestação de serviço aos cooperados, com a finalidade de oferecer adequado atendimento às suas necessidades de crédito, contribuindo para torná-los independentes de outras instituições financeiras públicas e privadas.

Apesar de possuir um longo caminho a ser percorrido no mercado financeiro nacional, é notório que ao passar dos anos as Cooperativas de Crédito vem rompendo barreiras e criando seu espaço no seio financeiro e econômico do País, trazendo consigo a construção de uma sociedade mais responsável, participativa, voltada para o bem comum e com ganhos em escala.

Nas Cooperativas de Crédito o objetivo não é o lucro financeiro, símbolo do capitalismo e objeto fim de muitas instituições financeiras, mas sim os benefícios individuais e coletivos que possam agregar qualidade de vida através de um modelo eqüitativo de renda com valores e princípios incontestáveis que enaltecem os sentidos de democracia, humanismo e irmandade entre os povos.

Em franca expansão, as cooperativas de crédito no Brasil, vêm a cada ano que passa concretizando seu espaço no mercado financeiro nacional. A Organização das Cooperativas Brasileiras – OCB aponta o crescimento dos pontos de atendimento que, em dezembro de 2002, somavam 2.915 pontos e, em agosto de 2007, totalizavam 3.876, uma expressiva marca de mais de 01 ponto de atendimento inaugurado a cada 02 dias nos últimos 56 meses.

No Brasil, existem mais de 1.460 Cooperativas de Crédito, totalizando 3.876 pontos de atendimento, com mais de 3 milhões de associados e pelo emprego direto de cerca 30 mil pessoas, com um ativo na faixa de R$ 30 bilhões de reais.

De acordo com a OCESP – Organização das Cooperativas paulistas, no Estado de São Paulo, são 206 cooperativas, mais de 366 mil cooperados, uma movimentação financeira de 1.469 bilhões e mais de 15 mil postos de trabalho.

Como diretor do ramo crédito da Frente Parlamentar pelo Cooperativismo – Frencoop, reitero o meu compromisso com a Agenda Legislativa do Cooperativismo, um conjunto de propostas que orientam a ação de parlamentares compromissados com o setor.

No Congresso Nacional, os debates serão calorosos em relação à nova lei cooperativista e à importância da unicidade do sistema; na regulamentação de diversos ramos; nas discussões acerca do tratamento adequado do Ato Cooperativo; no acesso direto das cooperativas de crédito aos recursos do FAT (Fundo de Amparo do Trabalhador); e na aprovação das medidas que eliminem a bi-tributação.

Entretanto, já colhemos frutos importantes, como a recente aprovação da Medida Provisória 351, que incorporou as cooperativas com faturamento anual até R$ 2,4 milhões no Estatuto das Micro e Pequenas Empresas, além de outras inovações importantes, como: acesso aos mercados; simplificação das relações de trabalho; fiscalização orientada; estabelecimento de critérios do associativismo; estímulo ao crédito, a capitalização e a inovação tecnológica; no protesto de títulos; e, finalmente, na garantia de acesso à Justiça. O texto aprovado pela Câmara ainda precisa passar pela aprovação do Senado, mesmo assim, estou otimista.

São muitos os desafios que teremos de enfrentar nos próximos anos, que só serão superados com muita cooperação e espírito público. Para isso, é importante que a OCB, OCESP e as lideranças do setor cooperativista ajudem na mobilização, participem e colaborem na elaboração de leis capazes de assegurar o crescimento sustentável da atividade no Brasil.

 

Deputado Arnaldo Jardim (PPS-SP) – Diretor de crédito da Frencoop Nacional.

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