Arnaldo Jardim
O governador Geraldo Alckmin lançou no dia 28 de julho, Dia do Agricultor, o Plano de Desenvolvimento da Bovinocultura de Leite Paulista, Mais Leite, Mais Renda, da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo. É uma iniciativa importante para melhorar a sanidade do rebanho, aumentar a qualidade do leite e a produtividade e renda em uma das cadeias produtivas mais nobres da nossa agropecuária, concentrada principalmente nas pequenas e médias propriedades.
O Plano será um aglutinador de ações para que poder público, iniciativa privada, setor produtivo, indústria, universidades, pesquisa e extensão rural possam ter um fórum comum de iniciativas. A articulação a integração das ações existentes farão com que o setor ganhe escala e tenha melhor sintonia.
Queremos atender às demandas, principalmente em pequenas e médias propriedades de produtores familiares. Para melhorar a produção, serão realizadas ações nos mais variados elos da cadeia – da propriedade ao consumidor final.
O Plano coordenará diversas ações técnicas como gestão da propriedade; nutrição do rebanho como pastagem (formação, reforma, manejo, adubação, irrigação e recuperação de áreas degradadas), suplementação alimentar e produção de alimentos volumosos para seca.
Também inclui boas práticas sanitárias e de reprodução, com o manejo sanitário de bezerras, novilhas, vacas e reprodutores; manejo reprodutivo, inseminação artificial e outras técnicas; manejo de ordenha, prevenção, controle e tratamento de mastite; e controle de zoonoses.
Também serão desenvolvidos pontos como conforto e bem-estar animal, melhoramento genético do rebanho, destinação adequada dos resíduos e agregação de valor, garantindo qualidade do leite e a produção de alimento seguro para a população. Será possível melhorar as boas práticas de produção, realizando uma ação educativa e de gestão da atividade.
Sabemos que a atividade leiteira tem um importante papel na sustentabilidade das propriedades agrícolas familiares, tanto para consumo próprio, como para geração de renda. Precisamos consolidar a bacia leiteira para melhorar a qualidade de vida das famílias e garantir a permanência delas no campo.
A estimativa com o Plano é ampliar em 10 anos a produção de 1,77 bilhão para 2,5 bilhões/litros/ano, o equivalente a 41%. Isso significa elevar a produtividade de 1.380 (Fonte IBGE) para 2.000 litros/vaca/ano, com uma taxa de crescimento geométrico anual de 3,5%.
É uma iniciativa necessária em um cenário onde o número de produtores de leite no Estado está diminuindo. Precisamos reverter este desinteresse pela pecuária leiteira – causado pela competição com atividades agropecuárias mais lucrativas, que passaram a ocupar a área e a mão de obra disponíveis. Reduziu-se a área de pastagens e o número de vacas ordenhadas e, consequentemente, houve diminuição da produção, comercialização, renda e empregos relacionados com à atividade leiteira no território paulista.
Também pecuarista, o governador Geraldo Alckmin defende que “o leite é o alimento mais completo do mundo” e sabe da importância da produção leiteira para os pequenos produtores e agricultores familiares. Por isso fez questão de um Plano completo, colaborativo e eficiente para que a atividade seja lucrativa, produtiva, gere renda e se torne novamente atrativa.
Entre 2000 e 2015, a produção de leite brasileira aumentou de 19,7 bilhões de litros de leite para 35 bilhões de litros por ano (um aumento de 77,8%). No mesmo período, a produção paulista diminuiu de 1,86 bilhão para 1,77 bilhão de litros de leite por ano – e a participação do Estado de São Paulo na produção brasileira de leite caiu de 9,4% para 5,1%. (IBGE )
Precisamos reverter este quadro envolvendo todos desta complexa cadeia. Produtores, extensionistas, comercializadores, poder público, fabricantes, consumidores. Todos devem atuar para que um dos alimentos mais populares no mundo todo seja também saboroso para o orçamento familiar do nosso produtor.
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