Arnaldo Jardim
O cooperativismo é um modelo de negócios capaz de transformar o mundo em um lugar mais justo, equilibrado e com melhores oportunidades para todos. No Brasil e no mundo todo, os números das cooperativas só crescem, auxiliando a economia, gerando valor nos mais diversos setores e criando empregos.
Tudo começa quando pessoas se unem em torno de um mesmo objetivo, em uma organização onde todos são donos do próprio negócio. E continua com um ciclo que traz impactos positivos para os indivíduos, para as comunidades e para o País inteiro.
De acordo com a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), o cooperativismo gera nada menos do que 250 milhões de empregos em todo o mundo. É um sistema que une as pessoas, integrando 1,2 bilhão de indivíduos em todo o planeta.
Para termos uma noção da importância do cooperativismo, se as 300 maiores cooperativas do mundo formassem um país, ele seria a 9ª maior economia mundial. Um potencial que tem agregados em si valores como a gestão democrática, a corresponsabilidade, o bem-estar de toda a cadeia produtiva e o desenvolvimento da comunidade.
Traz consigo ainda a valorização do melhor de cada pessoa, a promoção da prosperidade e uma importante distribuição de lucros que é justa. É a competitividade aliada à colaboração. A produtividade unida à sustentabilidade. O individual e o coletivo caminhando juntos.
Como deputado estadual por São Paulo (1986-2006) presidi a Frente Parlamentar do Cooperativismo na Assembleia Legislativa e fui autor da lei de incentivo ao cooperativismo no Estado (Lei n.º 12.226, de 2006), sancionada pelo então governador Geraldo Alckmin, que é entusiasta do cooperativismo. Este crescimento foi muito impulsionado a partir desta lei, instrumento importante para incentivar a união e superar dificuldades.
Na Câmara dos Deputados, integrei a Frente Parlamentar do Cooperativismo na coordenação do ramo de crédito, e contribui para a aprovação da Lei do Cooperativismo de Crédito (Lei Complementar 130/2009).
Também tive a honra de contribuir para a aprovação do dispositivo na Medida Provisória n.º 619/2013 (convertida na Lei 12.873/2013), que estabelece isonomia tributária ao Fundo Garantidor de Crédito das Cooperativas em relação ao FGC Fundo Garantidor de Crédito das Instituições Bancárias. Essa isonomia foi decisiva para o cooperativismo crescer e chegar a números dignos de comemoração.
Valores demonstrando que a cada três anos o sistema cooperativo dobra de tamanho, é preciso usar esta força para continuar alavancando nossa produção no campo.
Já as cooperativas nasceram neste sistema e assim conseguem entender melhor o funcionamento e as necessidades do produtor, da agroindústria. Mas ainda há um longo caminho a ser percorrido para fazer delas a primeira opção, principalmente para o produtor rural, como já é feito em outros países.
Na Alemanha, elas possuem cerca de quinze milhões de associados e respondem por cerca de 20% de todo o movimento financeiro bancário do país. Na Holanda, o Rabobank atende a mais de 90% das demandas financeiras rurais.
Nos Estados Unidos, os bancos cooperativos agrícolas respondem por mais de um terço dos financiamentos agropecuários. Estima-se que 25% dos norte-americanos sejam associados a uma cooperativa de crédito.
Ao todo, as cooperativas representam cerca de 50% da produção agrícola de todo o País, oferecendo um tratamento mais pessoal, individual ao cooperado, algo mais personificado que leva em conta as necessidades de cada um.
Essa força cooperativista tem São Paulo se destacando no quadro nacional, que registra 1.157 cooperativas atuando no ramo agro, 145 no Estado.
No último dia 10, reforcei minha atuação em favor deste setor assinando o “Compromisso com o Cooperativismo”, durante a comemoração de 20 anos da criação do Serviço de Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop). Um evento que reuniu lideranças cooperativistas de todos os ramos, autoridades e representantes de entidades de classe de diversos setores da sociedade paulista, demonstrando a força do cooperativismo no Estado de São Paulo.
Durante o evento, o governador de São Paulo, Marcio França, recebeu das mãos do presidente do Sistema Ocesp, Edivaldo Del Grande um documento com 15 propostas para impulsionar a atuação das cooperativas no Estado. As “Propostas do Cooperativismo ao Governo do Estado de São Paulo”, que além de assuntos gerais de interesse de todas as cooperativas apresentam ideias específicas para o desenvolvimento de sete ramos.
É por tudo isso que mais do que nunca precisamos valorizar o cooperativismo!
Compartilhe nas Redes Sociais